Hoje em dia na aviação comercial quando algo foge da rotina, os pilotos sempre possuem um apoio, através de equipes em terra que fornecem informações importantes para o auxílio na tomada de decisões. Seja efetuando uma espera em vôo devido condições meteorológicas do aeroporto de destino, ou ao solucionar uma pane de flapes, ou ainda pousados em Tabatinga, conseguimos contato rádio com a empresa, aonde um grupo de apoio poderá nos auxiliar com dados relevantes.
Este grupo de apoio fica fisicamente localizado em uma sala na sede da empresa, e 24 hs por dia há profissionais de diversas áreas. Há um comandante, um representante da manutenção/engenharia, um DOV (despachante operacional de vôo) que confecciona as navegações e disponibiliza boletins e análises meteorológicas. Há também o pessoal que cuida da malha de vôos da empresa com informações de vôos de conexão, e finalmente o pessoal da escala de tripulantes, que sabe exatamente a disponibilidade de tripulações em cada localidade do país.
Desta forma conseguimos juntar uma série de informações que nos ajudará a tomar uma decisão que não apenas seja a mais segura, mas que também vá de encontro às necessidades da empresa. Eventualmente para o piloto, em determinada situação poderá ser mais interessante pousar no aeroporto “A”, porém ao pousar lá não teremos o material necessário para prosseguir o vôo, ou a conexão aos passageiros, ou ainda disponibilidade de hotel para pernoite. Então este grupo de apoio sabedor da disponibilidade de peças, conexões e etc. vai sugerir que pousemos no aeroporto “B”. Muito melhor para todos, e o Comandante tem um melhor embasamento para sua decisão.
É claro que a decisão final sempre será do Comandante, a empresa só passa informações e sugere uma linha de ação. Mas é bom que a sua decisão seja a sugerida pelo grupo de apoio, caso contrário ele provavelmente será solicitado a explicar por que não aceitou a proposta da empresa!
Este sistema é bom, agrega segurança aos vôos, agilidade e economia, além de dar ao Comandante, respaldo em suas decisões. Tudo isso é muito diferente do passado.
No passado, antes da internet e do celular, a comunicação era mais lenta e difícil. O Comandante não dispunha de tanta facilidade para obter informações que pudessem ajudar em suas decisões. Em vôo, era ele, o co-piloto e o controle de tráfego aéreo. Em solo, ao surgir uma situação, podia contar com o gerente da base, o mecânico, e informações da torre de controle. Conversando com eles, e com o co-piloto, tomava-se as decisões.
Havia um setor de engenharia de manutenção, que algumas vezes nos dava apoio com informações técnicas. Para isso, ao contrário de hoje em dia quando de dentro da cabine do avião ligamos via celular, tínhamos que ir até a sala da manutenção para usar o telefone e ligar para a empresa.
Também havia, 24 h por dia, um Comandante que era o “Plantão de Operações” e estava disponível para ajudar. Só que nem sempre este Comandante voava o mesmo avião que você, não dispondo então do conhecimento técnico específico. Eu nunca precisei ligar para o plantão de operações, mas os colegas que ligaram, quase sempre ouviam a mesma coisa: -Comandante, o Senhor está aí com as informações necessárias, então o que você decidir, está bem decidido, e o setor de Operações vai apoiar sua decisão!
É como eu disse, atualmente o processo de decisão está mais fácil, com mais informações e até uma certa divisão de responsabilidade, mas que dá uma certa saudade de antigamente quando era eu e o co-piloto para analisar de decidir o rumo de ação, com certeza dá!
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Há 20 horas
Foi mais ou menos isso que ví semana passada no MAYDAY da NatGeo. Um voo da Alaska A.L., deu problema no parafuso do macaco hidráulico do compensador, o comandante fez contato com a equipe de solo da empresa e a resposta fora a mesma: O que o senhor decidir, está decidido!
ResponderExcluirOu seja, numa situação dessas o comandante perde tempo e saliva procurando ajuda...
Abraço!!
Tenho saudades do tempo em que eu o ouvia o CCO da Varig, muita movimentação e o Daniel sempre diligente,
ResponderExcluirajudando com o Metar e outras informações necessarias!!
Bom topico Comadante,e me fazendo lembrar os aureos tempos da Varig!!!
Walmir
Boa lembrei de uma antiga revista aeromagazine, que fala sobre isso a autoridade do comandante... lá ele dizia sobre o fato de um policia federal querer embarcar armado o comandante deu negativa de embarque, após um alvoroço e contatos bilaterais entre o comandante e a gerencia da empresa o mesmo foi preso sobe alegação de estar obstruindo a conduta policial. (inclusive o mesmo deu partida nos motores da aeronave para que ninguém se aproximasse dele.) - Ele deu negativa por querer colocar a arma do sujeito no cofre da aeronave e o policia não deixou alegando estar escoltando um preso.
ResponderExcluirEu. como mãe de um comandante, fico muito muito muito feliz e tranquila ao saber que existe uma enorme infra-estrutura por trás de meu "filhinho". Porque, não sei se o comandante Carvalho sabe, a família desses profissionais vive sempre com uma luzinha de alerta no coração.
ResponderExcluirCaro Bruno, esta estória que vc contou, eu já conhecia, pois o referido Comandante foi meu colega no 737-200. Um excelente piloto, com muitos conhecimentos e certamente bastante polêmico. Tenho um cunhado que é delegado e quando conversamos sobre este assunto, ele insiste no ponto de vista do policial, e eu no ponto de vista do Comandante. É uma conversa longa, nunca chegamos a um consenso!
ResponderExcluirCara mãe zelosa, é bom você se preocupar com seu filhinho, mas tenho certeza que independente de toda estrutura que há, ele é experiente o suficiente para tomar certas decisões sozinho. Mas é claro que uma fezinha da Senhora é um toque final.
Comandante carvalho caso ocorrese no seu comando um episodio destes o que o sr faria, deixei um video de um comandante da tam onde ele mostrou uma postura de comandante, quem manda na aeronave sou eu nem o presidente pode interferir no meu ponto de vista, o video esta intitulado como BRONCA DO COMANDANTE AO EMBARCAR, BASTA CLICAR NA MINHA FOTO COMO O SR. PARA VER O VIDEO.
ResponderExcluirEDERSON
Caro Ederson, já voei "n" vezes com policiais armados à bordo e nunca tive qualquer problema. A regra diz que eles devem estar com a arma desmuniciada, e a tripulação deve saber o assento em que eles viajam, entre outras coisas. Acho que o Comandante deve seguir as normas da empresa, que no caso permite o embarque de policiais armados sob determinadas condições. Penso que além de zelar pela segurança do voo, e seguir as regras e regulamentos, os tripulantes devem solucionar problemas ao invez de criá-los. Quanto a "bronca do Comandante", achei desnecessária. Para quê ameaçar os passageiros, dizendo que se não se comportar direitinho vai "para a cadeia"? Se formos ameaçar cada passageiro (principalmente em período de férias em voos para o Nrdeste) que entra animado, é melhor deixar um Pit Bull para recepcionar os PAX. Inclusive o vídeo deve ser antigo, da época em que os Cmts da TAM ainda eram obrigados a recepcionar os passageiros, ao invéz de estar na cabine cuidando da segurança do voo. Com relação a "quem manda na aeronave sou eu!", até concordo, mas se abusar ou extrapolar, vai ter que responder por isso, e a aviação não é mais como antigamente, comandantes são números, e as empresas o substituem com facilidade.
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