Continuando...
No dia 26 de dezembro de 2004, um Tsunami devastou vários países na região da Ásia e Oceania, causando a morte de mais de 285 mil pessoas. A Varig novamente se viu na condição de ser a única empresa brasileira de aviação com estrutura e disposta a ajudar os milhares de necessitados. No dia 3 de janeiro um DC-10 cargueiro decolou carregando 50 toneladas de mantimentos com destino ao Sri Lanka.
A tripulação efetuou uma programação impensável em condições normais: bate-volta numa jornada de 30 horas seguidas! O MD-11 possuia o “sarcófago” (como era conhecido o local de descanso com camas para os tripulantes), e em esquema de revezamento, dois comandantes, dois copilotos e doze comissários encararam esta maratona. Os brasileiros regressando à pátria ficaram muito agradecidos e até orgulhosos da Varig, mas houve também uns poucos que reclamaram do serviço de bordo, que com a crise da Varig, estava bastante deficitário e bem diferente do padrão usual, por haver grande falta de materiais. Um colega contou que teve que ouvir de uma senhora, viajando de graça, que do jeito que estava sendo mal tratada, teria sido melhor ficar no Líbano! De volta ao Brasil, as demais empresas aéreas brasileiras (Tam, Gol e BRA) também ajudaram no transporte dos passageiros para suas cidades, mas neste caso, em voos regulares e sujeitos à disponibilidade de assentos.
Os serviços humanitários que a Varig prestou ao longo de sua estória, no Brasil e no Exterior, não se restringiram a transportar mantimentos em seus porões e passageiros de volta ao Brasil. Quando em 2006 houve o acidente da Gol com o Legacy, a Varig disponibilizou, sem custos, uma equipe de vinte mecânicos para operar cinco toneladas de equipamentos, o chamado “recovery kit”, que são guindastes, macacos hidráulicos, colchões pneumáticos e ferramentas especializadas para remoção de partes de aeronaves sem que as danifiquem. A importância deste kit é para que haja o menor dano possível às partes das aeronaves para que sejam utilizadas na posterior investigação do acidente. Na América do Sul, somente a Varig estava homologada a utilizar e trabalhar com este recurso. Além disso, até a um tempo atrás, a Varig, através da Fundação Rubem Berta, possuía um serviço para trazer do exterior remédios que não havia no Brasil. O serviço estava disponível a qualquer pessoa, sendo que o custo do medicamento, evidentemente, era por conta do interessado.
Naturalmente, a FAB sempre esteve presente em ações humanitárias, sendo esta uma das atribuições das forças armadas, mas hoje, sem a Varig, ela definitivamente perdeu sua ajudante e parceira neste tipo de missão.
Bom dia Comandante!!
ResponderExcluirVendo o sr falar assim da varig da uma saudade imensa dos bons tempos da aviação!!
mudando de assunto o sr acha que as companhias aereas brasileiras estaram preparadas para a copa do mundo em 2016? alem dos boeings qual as aeronaves mais seguras para se voar no brasil?
obrigado e ate mais
Caro Denilson, acho que as empresas aéreas vão estar prontas sim, mas a infraestrutura necessária estará precária e portanto as empresas não terão como oferecer um bom serviço aos usuários. Acho que vai ser uma bagunça, com atrasos, congestionamentos e etc...
ResponderExcluirAs aeronaves são todas seguras. Mas o que realmente torna um avião seguro é a maneira como ele é operado, e isto depende não apenas dos pilotos, mas também da poliítica operacional das empresas, e dos sistemas controle de tráfego aéreo e infraestrutura aeroportuaria.
Mas se eu fosse apostar em um avião para dizer que é seguro, sem dúvida o meu voto iria para a linha BOEING!
Um abraço, Roberto.
VARIG, VARIG, VARIG!
ResponderExcluir"A gente chora por onde sente saudade", e a falência da velha Varig com certeza foi um grande golpe na gente, que é apaixonado pela aviação... muita saudade da Estrela Brasileira..
ResponderExcluirNossa a senhora viajando de graça saindo de um país instável ser grosseira dessa forma, tem que ter treinamento e muito rebolado pra não perder a postura e a elegância parabéns a tripulação mesmo!
ResponderExcluirCaro Comandante, tenho uma dúvida que não tem nada a ver com o assunto desse post: Estive em Arraial da Ajuda e pude observar que as aeronaves que decolam da pista 10 de SBPS executando a saída SELO fazem uma curva a direita sobre o mar prosseguindo para o fixo SELO. Até aí tudo bem. Só que pude observar que algumas aeronaves voam baixo e "devagar" fazendo um "passeio" pelo litoral e outras já fazem a curva à direita em altitudes e velocidades bem maiores, na maioria das vezes já dentro das camadas mais baixas. Essa decisão depende do "humor" do comandante ou a subida é determinada pelo Controle local em função de tráfego, etc ?
ResponderExcluirum abraço, Bernardo.
carambaaa!!
ResponderExcluirÉ de chorar cada vez que ouvimos/lemos mais uma das intermináveis estória da Estrela. Nossa, o Brasil perdeu muito com a falencia dela. );
Caro Bernardo, o comandante pode solicitar uma saída visual e aí é a chance de fazer um belo voo panorâmico pelas praias. Esta saída visual e o voo panorâmico dependem do controle de tráfego aéreo aprovar e evidentemente das condições de tempo. Infelizmente, hoje em dia, algumas empresas simplesmente proíbem o voo panorâmico. Acham que isto aumenta o consumo de combustível e não levam em consideração a satisfação do passageiro, é uma pena.
ResponderExcluirAbç, Roberto.
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