Depois de mais de 30 dias sem entrar na cabine de um avião, é hora de voltar ao trabalho. Não me incomodaria se as férias fossem extendidas por mais um mês, mas já que não é possível, tenho que abrir o armário de uniformes, pegar a velha mala de voo e pensar em voltar à rotina. Olho a escala de voos e já penso nos que fazer nos pernoites que terei até o final do mês. Dá uma preguiça danada, mas a verdade é que é gostoso voltar ao trabalho! Caminhar pelo saguão de Congonhas, rever os colegas de aviação e, ao procurar saber das novidades, constatar que nada mudou durante as minhas férias.
Minha volta ao trabalho foi um voo bastante símples, apenas um bate-volta de Congonhas para Belo Horizonte. Embora não seja uma exigência da autoridade aeronáutica, muitas empresas têm como norma que o comandante ao regressar das férias faça o primeiro voo acompanhado de um outro comandante, o que é chamado de voo de readaptação. Se o período afastado foi de apenas trinta dias, basta uma etapa para que e a readaptação seja cumprida.
Sentar na cabine de comando, efetuar os cheques pré-voo, analisar os boletins meteorológicos, verificar a navegação, separar as cartas dos procedimentos de saída e chegada, saudar os passsageiros, enfim toda àquela rotina que venho fazendo há 25 anos flui tão naturalmente que nem parece que estive sem voar por um mês. Decolar de Congonhas em noite de tempo bom é sempre um prazer! Durante a corrida sobre a pista, ainda que esteja bastante concentrado, há espaço para curtir a sensação de novamente estar pilotando um avião fantástico, com passageiros e tripulantes cujas vidas estão depositadas nas mãos dos pilotos. Foi uma viagem tranquila onde pude conhecer mais um colega de profissão, o outro comandante, que me contou um pouco da sua origem, sua trajetória na aviação e sua dificuldade para voltar para sua casa em Florianópolis.
A chegada no aeroporto de Confins não foi aquele pouso "manteiga" como os pilotos gostam de fazer, mas também não foi ruim, apenas normal. Para a etapa de volta, descobrimos que um outro comandante, também regressando de férias, me substituiria para realizar a sua readaptação. Meu "árduo" trabalho estava encerrado, e com um cartão de embarque regressei a São Paulo na condição de passageiro. Em pouco menos de uma hora de voo, só deu tempo para ler mais umas páginas do meu livro, ver o céu estrelado pela janela do avião e tentar tirar um breve cochilo.
Beto,
ResponderExcluirTeu livro já foi lançado? Se sim, onde encontro? (nome?)
Abraço e bom retorno.
Boa noite, voou com qual cmt de FLN. Trabalho no embarque aqui em FLN. Abraço
ResponderExcluirBom retorno, Cmte!
ResponderExcluirPena que férias duram tão pouco né?! As minhas são mês que vem...
Abs!
Que delícia, voltar a voar deve ser sempre uma sensação maravilhosa!
ResponderExcluirNa semana passada me perguntaram o que é necessário para voar no exterior. Bem, cada empresa uma tem um requisito, e para isso tem que acessar o site destas empresas. Como eu nunca tive interesse em voar lá fora, eu não sei quais costumam ser. No site do sindicato dos aeronautas há uma "janela" com ofertas de emprego no exterior.
ResponderExcluirLito, quanto ao meu livro, ele ainda não saiu. Como eu disse, eu entrei no concurso um pouco tarde e a minha "campanha" foi um pouco tímida. Continuo revisando os textos mais antigos e ainda estou procurando uma editora que acredite no potencial comercial deles. Não tenho pressa, e tenho certeza que no ano que vem eu vou conseguir transformar o blog em um livro. Quanto ao seu blog, estou de olho no resultado final e no lançamento do livro. Aliás, pela regra do concurso, eles querem lançar o livro do blog vencedor já em outubro! Me pareceu pouco tempo, mas enfim, eu sei que para as editoras, os meses de novembro e dezembro são os melhores em função do Natal. Mais uma vez agradeço a todos que votaram no meu blog!
William de Florianópolis, é melhor eu preservar o nome do colega de FLN. É um cara legal, jóvem e você deve conhece-lo com certeza.
Evandro, boas férias!
Luca Simioni, eu diria que voltar a voar é legal, já voltar a trabalhar, não posso dizer que seja uma sensação MARAVILHOSA, mas já que este retorno é inevitável, necessário e saudável, dá para curtir e trabalhar feliz. Mas eu te digo que seu ganhasse um "bolada" na megasena (eu o 99% dos brasileiros) não iria continuar trabalhando na aviação comercial por muito tempo. Na quarta madrugada acordado, olhando para o painel de instrumentos, e lembrando que eu tenho milhões na conta, eu mudava o rítmo de vida. Possivelmente compraria um pequeno avião para mim, e voaria só por prazer.
Um abraço, Roberto
Dae Comando...
ResponderExcluirRealmente, é o sonho de qualquer aviador ter um avião particular para voar aonde e quando quiser.
Conversei com o Cmte Eduardo, ele comentou que vcs tem muitas histórias juntas.
Bom retorno Cmte , estou na torcida pelo livro.
Abraço
Giovanni
Olá Beto...
ResponderExcluirHá algum tempo eu venho me interessando cada vez mais pela aviação. Não pretendo me tornar um piloto, mas faço vôos em simuladores, estudo procedimentos e sempre procuro vídeos no Youtube sobre pousos, decolagens e situações inusitadas em vôos.
Nestas pesquisas na Internet, encontrei seu blog e venho acompanhando a cada postagem sua rotina. Muito legal ler o que escreve e depois sentar num simulador e me imaginar um verdadeiro "comandante".
Parabéns pela iniciativa e obrigado por compartilhar detalhes desta profissão que uma das mais admiradas em todo o mundo.
Abraços...
Ricardo Matiello
Maringá - PR
Boa volta ao trabalho comandante. Não sabia que para voltar a voar, depois de se afastar apenas um mês, precisava desse vôo de readaptação. Mas isso só aumenta nossa confiança na segurança da aviação.
ResponderExcluirAbraços...
Mariel Fonseca
Natal/RN
Boa volta comandante.
ResponderExcluirEu tento me conter e não escrever, mas não dá.
O blog é muito bom!
Olá cmte td bom;
ResponderExcluirEm tu colheceu o cmte Moacir Schneider eo RICARDO FROTA AI NA VA VARIG ??