sexta-feira, 26 de junho de 2009

Preso em Chapecó

A primeira vez que estive em Chapecó foi em janeiro de 1986 quando era copiloto de Bandeirante na Rio Sul. Voava principalmente pelo interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que especialmente no inverno havia o problema de nevoeiro na região serrana de Santa Catarina. Os aeroportos de Lages, Criciúma, Joaçaba e Chapecó fechavam para pousos devido ao "teto" e visibilidade baixa, e muitas vezes só abriam no dia seguinte. Vinte e poucos anos se passaram e parece que pouco mudou. Mesmo com o avanço da aviação, com aviões mais modernos, sistema de pouso por GPS, o clima naquela região continua fechando os aeroportos. Esta semana fiquei retido em Chapecó. Pousamos as 3 da tarde com tempo encoberto, garoa fina e 13 graus de temperatura. A programação era para pernoite, decolando as 5:30 da manhã seguinte. Porém o avião que deveria ter pousado naquela noite por volta de meia noite, não encontrou condições adequadas de teto e visibilidade, retornando a Florianópolis. Quando o telefone tocou por volta de 2 da manhã, com a informação que o voo programado para as
5:30 tinha sido cancelado, foi de certa forma ótimo. Pensei: -Vou dormir até mais tarde sem ter que sair da cama as 4 da matina, que bom! A nova programação seria para decolar as 3 da tarde, mas isso se, e somente se, o avião conseguisse o pouso! Pela manhã, ao olhar para o céu por volta das 10 horas, não apenas não tinha a menor condição para o pouso, pois as nuvens estavam baixas, e a visibilidade bastante restrita, como não parecia que iria ocorrer uma melhora nas próximas horas. O jeito era já se preparar para mais um dia inteiro em Chapecó! Lavar cueca, meia e já saber de uma lojinha para comprar uma camiseta. A cidade é pequena, com cerca de 200 mil habitantes, e economia voltada para suinocultura e avicultura, sendo que Perdigão e Sadia estão fortemente presentes na vida de Chapecó. A região central é calma, não se ouve buzinas, os carros param na faixa dando preferência ao pedestre. Por falar em carros, ao contrário de São Paulo, lá se compram carros vermelhos! Vários deles nas ruas, o que não acontece aqui, onde os carros são pretos ou prata com leves variações. Já houve ocasiões em que a tripulação ficou retida por mais de 2 dias, aguardando a melhoria do tempo. Região de serra, baixa temperatura e muita vegetação favorecem à formação de nevoeiros. Mas por volta de 1 da tarde o tempo melhorou, e o aeroporto abriu, permitindo que o avião, vindo de Floripa, pousasse. O aeroporto de Chapecó, é muito pequeno! Mal cabem dois aviões de médio porte. A sala de embarque é tão reduzida, que na medida que os passageiros entram, eles abrem a porta que dá acesso ao pátio dos aviões para escoar o excesso e caber todos no salão. Também o pátio é pequeno, então quando o trator empurra o avião em manobra para a partida, ele já o posiciona dentro da pista! É necessário uma prévia coordenação com a torre. A tripulação que chegou e nos passou o avião, foi para o hotel já sabendo que na manhã seguinte provavelmente o mesmo iria acontecer, ou seja, aeroporto fechado, voo cancelado. Decolamos lotados de lá, pois embarcaram os passageiros do voo da manhã que não saiu e os passageiros do voo da tarde. Veja no Google a imagem do aeroporto.

<http://maps.google.com.br/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=aeroporto+de+chapec%C3%B3&sll=-13.410994,-50.449219&sspn=76.916901,171.738281&ie=UTF8&ll=-27.132938,-52.660518&spn=0.009281,0.020964&t=h&z=16>

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