Em 2004 meu cunhado precisava ir a Alemanha a trabalho, então tirei uma passagem com desconto para ele e para mim, aproveitando que eu estava de férias. No balcão de check-in já percebi um olhar desconfiado da atendente e fui logo dizendo que se tratava do meu cunhado, irmão da minha mulher. Antes de embarcar, ao encontrar alguns conhecidos a mesma cena se repetiu. Ao embarcar no avião, já cansado de dizer a mesma coisa, fui logo apresentando meu cunhado como se fosse meu namorado! Desta vez, não houve reação, afinal, nada mais natural hoje em dia que viajar com o companheiro.
Os valores dos descontos são grandes e variam de acordo com a distância a ser voada. Para se ter uma idéia de valores, recentemente levei meu filho para me acompanhar num voo para Fortaleza e a passagem de ida e volta ficou mais barata que duas caixas de antibióticos que eu comprei na véspera, isto porque a maior parte do valor pago foi referente à taxa de embarque que é destinada à Infraero. Mesmo quando a passagem sai de graça, o que ocorre por ocasião das férias, a taxa de embarque deve der paga.
Assim, minha mulher e meus filhos viajam muito comigo, seja para um simples pernoite em Porto Alegre, ou em um voo mais longo para o exterior. Mas para viajar barato, há um preço a ser pago, que não é em dinheiro, mas em expectativa e algumas vezes frustração. É que estas passagens, na maioria das vezes, não dão direito a reserva de assento, ou seja, só embarca se sobrar lugar, então nos meses de férias escolares e em feriados, a aventura começa antes mesmo do embarque. Quando o voo lota, tenta-se o próximo, que se não for no mesmo dia, o jeito é voltar para a casa e tentar embarcar no dia seguinte. Agora, voltar para casa é fácil, complicado é quando estamos longe, dependendo de hotéis, com malas cheias e loucos para voltar para casa. Sendo tripulante, é possível viajar em um "jump seat", que são assentos extras, sem reclino, que há tanto na cabine de comando como nas "galleys" dos aviões. Em alguns aviões, nos voos de longo curso, há também os assentos de descanso dos tripulantes de cabine que podem ser ocupados pelo viajante-aventureiro, mas que durante o voo, devem ser desocupados no momento do descanso de parte da tripulação. Certa vez, ao voltar do México em um voo lotado, embarquei ocupando um dos assentos dos comissários, que, sendo um assento normal na classe econômica me trouxe um certo conforto até o momento que, encerrado o serviço de bordo, eu tive que cedê-lo aos tripulantes que iriam para o período de descanso. Fiquei "zanzando" pelo avião, ora batendo papo com a tripulação, ora sentado em um dos "jump seats". Mas o voo era longo e lá pelas tantas, com a permissão dos comissários que interditaram um dos banheiros na parte traseira do avião, lá entrei, tranquei a porta e com a cabeça apoiada na pia consegui dormir. Cheguei em São Paulo exausto!
Felizmente, dificuldade é a exceção, já que quase sempre se embarca sem problemas e até com alguma regalia! "Up grade” para a classe executiva e até para a primeira classe pode acontecer se houver disponibilidade de assentos, ou ainda quando a classe econômica está lotada e há vagas nas demais classes, por isso, é importante viajar bem vestido e principalmente, manter a discrição. Também é comum o funcionário poder emitir bilhetes e voar nas empresas que possuem acordo com a que ele trabalha, é a passagem “interline”. Quando em 1990 eu viajei para Bangkok e Tailândia em viagem de lua de mel, fui de Varig até Amsterdam e de lá embarquei num voo da KLM. O voo estava lotado, restaram apenas dois lugares na última fileira da classe econômica. No momento do embarque, minha mulher e eu nos identificamos ao chefe de equipe, dizendo que eramos tripulantes. Aquele esperado “up grade” para a executiva não aconteceu, pois realmente todas as classes estavam lotadas, mas em um determinado momento o próprio chefe de equipe veio conversar conosco e nos presenteou com uma garrafa de Champagne.
Assim, minha mulher e meus filhos viajam muito comigo, seja para um simples pernoite em Porto Alegre, ou em um voo mais longo para o exterior. Mas para viajar barato, há um preço a ser pago, que não é em dinheiro, mas em expectativa e algumas vezes frustração. É que estas passagens, na maioria das vezes, não dão direito a reserva de assento, ou seja, só embarca se sobrar lugar, então nos meses de férias escolares e em feriados, a aventura começa antes mesmo do embarque. Quando o voo lota, tenta-se o próximo, que se não for no mesmo dia, o jeito é voltar para a casa e tentar embarcar no dia seguinte. Agora, voltar para casa é fácil, complicado é quando estamos longe, dependendo de hotéis, com malas cheias e loucos para voltar para casa. Sendo tripulante, é possível viajar em um "jump seat", que são assentos extras, sem reclino, que há tanto na cabine de comando como nas "galleys" dos aviões. Em alguns aviões, nos voos de longo curso, há também os assentos de descanso dos tripulantes de cabine que podem ser ocupados pelo viajante-aventureiro, mas que durante o voo, devem ser desocupados no momento do descanso de parte da tripulação. Certa vez, ao voltar do México em um voo lotado, embarquei ocupando um dos assentos dos comissários, que, sendo um assento normal na classe econômica me trouxe um certo conforto até o momento que, encerrado o serviço de bordo, eu tive que cedê-lo aos tripulantes que iriam para o período de descanso. Fiquei "zanzando" pelo avião, ora batendo papo com a tripulação, ora sentado em um dos "jump seats". Mas o voo era longo e lá pelas tantas, com a permissão dos comissários que interditaram um dos banheiros na parte traseira do avião, lá entrei, tranquei a porta e com a cabeça apoiada na pia consegui dormir. Cheguei em São Paulo exausto!
Felizmente, dificuldade é a exceção, já que quase sempre se embarca sem problemas e até com alguma regalia! "Up grade” para a classe executiva e até para a primeira classe pode acontecer se houver disponibilidade de assentos, ou ainda quando a classe econômica está lotada e há vagas nas demais classes, por isso, é importante viajar bem vestido e principalmente, manter a discrição. Também é comum o funcionário poder emitir bilhetes e voar nas empresas que possuem acordo com a que ele trabalha, é a passagem “interline”. Quando em 1990 eu viajei para Bangkok e Tailândia em viagem de lua de mel, fui de Varig até Amsterdam e de lá embarquei num voo da KLM. O voo estava lotado, restaram apenas dois lugares na última fileira da classe econômica. No momento do embarque, minha mulher e eu nos identificamos ao chefe de equipe, dizendo que eramos tripulantes. Aquele esperado “up grade” para a executiva não aconteceu, pois realmente todas as classes estavam lotadas, mas em um determinado momento o próprio chefe de equipe veio conversar conosco e nos presenteou com uma garrafa de Champagne.
Quando estou trabalhando e sei que há funcionários em viagem de férias, procuro dar a eles uma atenção, acomodando-os da melhor maneira possível. Difícil é quando o voo está cheio e há mais candidatos do que assentos livres. Nestes casos há uma prioridade (tempo de casa, férias, cargo do funcionário e etc.) regulamentada pela empresa.
Passagens com desconto é um excelente benefício, mas ao se dirigir ao check-in, tudo pode acontecer: Voltar para casa, viajar no pior ou com sorte, no melhor assento possível.
Eitha, comandante! Esse pessoal do Checkin não tem jeito. Que falta de corporativismo danado. Não gosto dessas coisas. Uma companhia é um equipe em sí, uma só. Todo mundo deveria se ajudar. Fora o pessoal do setor de operações e manutenção, qual pessoal legal de se trablahar no aeroporto? O senhor tem amizade com algum controlador de vôo que só conhece só por voz? Grande abraço, Arcoverde
ResponderExcluirUma vez embarquei num voo da KLM entre Amsterdam para SP, num 777-200.
ResponderExcluirO aviao tinha 86 pessoas a bordo(eu contei!). Classe executiva "Vazia!"
Bem depois da decolagem cheguei para o comissário e perguntei se poderia fazer meu auto-upgrade para a executiva. Tomei uma baita bronca e ainda por cima ele me falou que ser eu quiser mesmo teria que pagar! hehehe
Foi um voo diurno, tava sem sono, e horas mais tarde fui encher o saco dele perguntando se poderia visitar a cabine! hehehe Outro esporro!!! Dái perguntei se poderia levar minha maquina fotografica e tirar fotos de la de dentro. (pelo menos isso eu consegui!)
Comandante vc já escreveu sobre passageiros "malas" e chatos que nem eu ? heheheh
muito bom o post cmte, mesmo com esses riscos ainda acho que valha a pena
ResponderExcluirComo irmã, já viajei algumas vezes para a Europa, no tempo da Varig, pagando U$ 300 pela ida e volta. Mais taxa de embarque. Já passei muito nervoso em aeroporto, uma vez em madrid tive que chorar para a mocinha me encaixar no vôo, só consegui mesmo porque minha bagagem era de mão. Mas aós o nervosismo sempre deu certo, com up grades para a 1a. classe, um luxo! Mas minha mãe já teve que voltar para o hotel, da sala de embarque de Lisboa. As malas, que já tinham sido despachadas, vieram para o BR e ela seguiu só no dia seguinte! Mas no fim, tudo certo e retorno de 1a. classe.
ResponderExcluirbelissima estoria fiquei 10 min desligado do mudo lendo, nossa fantastica ! que sorte seu filho tem de ter um pai cmte. eu que pretendo ser aviador gostaria de viajar na cabine !
ResponderExcluirOtima cmte,
ResponderExcluirMuitos anos atras deveria fazer um voo (como pax)pela saudosa Varig de Manaus atè Milao com escala em GRU. Dormi demais e perdi o voo de Manaus atè GRU (shit happens). Comprei uma passagem pela Transbrasil atè GRU e quando cheguei em Sao Paulo consegui entrar na fila espera do voo atè Milao.
Minha sorte o voo atrasou por problemas tecnicos (os mecanicos ainda estavam com o motor aberto), os passageiros começaram a desconfiar do atraso...eu sò na minha "grudado" no meu assento, pois pensava que dali ninguèm me tirava a nao ser na marra.
Depois de 6 hrs de espera, fomos todos encaminhados para um belissimo hotel 5 estrelas (eu tinha uma jacuzzi no quarto fantastica...eheheh), tudo pago pela empresa e no dia seguinte seguimos para Milao com o seu magnifico Md-11.
Aquilo era serviço, nao os amendoins a pagamento de hoje.
Um grande abraço cmte,
Gio
Caro Arcoverde, em todos os setores há pessoas legais e "malas" também. Foi na época da Ponte Aérea que eu mais pude conhecer o pessoal dos diversos setores da empresa. Pessoal de terra, manutenção, limpeza e comissaría se encontravam no dia a dia e assim dava para saber um pouco mais de cada um. Quanto aos controladores de tráfego aéreo, conheço poucos, e somente aqueles que dão aulas de tráfego aéreo e regulamentos nas nossas reciclagens semestrais. Atualmente, termina o voo, eu volto logo para casa.
ResponderExcluirAlê, up-grade não se pede, conquista! Uma insinuação, uma indireta até vale, mas se pedir, provavelmente não vai ganhar. É duro mas é assim. Visitas na cabine já não pode mais, e percebo que os tripulantes não gostam de aparecer em fotografias, afinal, da máquina para o Orkut, Youtube, Facebook, basta uns clique. Passageiros malas ainda não comentei, aguarde.
Luciana, uma das coisas boas das passagens com desconto, foi ter viajado com você, Suca, Isa e Luciene e filhos. Nossa viagem para Londres foi fantástica e inesquecível! Bj.
Bruno, seu dia vai chegar!
Abçs, Roberto
Olá Roberto.
ResponderExcluirTrabalho na Aero Magazine e vamos divulgar um concurso cultural da revista. Para qual e-mail posso enviar o release da ação?
Um abraço,
Rafael
rafael.borsanelli@springcom.com.br