O D.O. (pronuncia-se DÊ Ó) é a sala do despacho operacional, no aeroporto, onde as tripulações se reúnem antes de seguir para os aviões e também permanecem os tripulantes que estão de plantão. Um espaço amplo com vários sofás, uma televisão, bebedouro, banheiros e local para o briefing das tripulações. Embora seja equipado com prateleiras para a acomodação das malas dos tripulantes, há sempre uma profusão delas espalhadas pelos cantos. Em alguns aeroportos, caso de Guarulhos em São Paulo, o D.O. funciona 24hs por dia, tem sempre alguém por lá, afinal, os voos não param na madrugada e há sempre tripulantes entre uma chegada e uma saída. Os tripulantes podem ficar no D.O. por um período maior quando estão efetuando uma reserva, ou por apenas poucos minutos, tempo suficiente para registrar sua chegada e se mandar para o avião.
Há certos períodos do dia em que o maior número de voos saindo faz com que o movimento em um D.O. seja surpreendente. Um exemplo disso era o antigo D.O. da Varig no Galeão/RJ, que no final da década de 80 e inicio dos anos 90 ainda concentrava boa parte dos voos internacionais. Todos os dias, a partir das oito horas da noite até a decolagem do último voo, o movimento era intenso. As tripulações dos voos para Frankfurt, Paris, Los Angeles e demais destinos se reuniam no D.O. Era um ambiente alegre, com muitos encontros e abraços entre os colegas.
O D.O. do Galeão contava com um diferencial em relação a Guarulhos, Congonhas ou Santos Dumont. É que lá tinha também uma melhor estrutura voltada para o conforto dos tripulantes. Havia sempre os jornais do dia, revistas da semana, café, chá, biscoitinho, um vídeo cassete (de quatro cabeças!) com seleção de filmes, e até manicures para as comissárias. Na época, era a ACVAR, a Associação dos Comissários da Varig, que organizava e bancava estas pequenas mordomias. Durante um período chegou até a disponibilizar uma mesa de snooker em uma sala próxima ao D.O. Outro diferencial do Galeão atendia pelo nome de Inalva. Ela era funcionaria da Varig e sua função era justamente de zelar pelo D.O. Ela sabia de tudo e de todos, e por isso era uma verdadeira fonte de informações. Com o tempo o Galeão perdeu parte de sua efervescência para o aeroporto de Guarulhos, que passou a concentrar a maior parte do movimento.
Antigamente, na era pré computadores pessoais, internet e facebook, havia em cada D.O. uma área de documentação, onde cada tripulante tinha uma pasta para receber documentos, boletins e informativos impressos da empresa. Também podíamos usar estas pastas para deixar algo para outro colega. Ao nos apresentarmos no D.O. para um voo, um dos nossos deveres era verificar a pasta junto ao setor de documentação. Atualmente, com a informatização, não há mais este setor, tudo é enviado e recebido pela internet, e para isso, os D.O.s possuem vários terminais de computados para o uso dos tripulantes. A internet também deixou para trás o “escaninho”, que era um móvel com varias prateleirinhas, três ou quatro para cada letra do alfabeto, onde os tripulantes podiam deixar recados uns para os outros.
Mesmo com a internet e toda a automação dos tempos modernos, os D.O.s não funcionam sem o ser humano. Estes funcionários emitem passes, que são os cartões de embarque para os tripulantes que viajam como passageiros, fornecem “vouchers” de alimentação e transporte quando necessário e anotam nossos números de celulares para quando precisamos nos ausentar por um tempo (refeição, banheiro, cafezinho...) durante o período de reserva, anotam recados, guardam objetos encontrados, e uma serie de outras atribuições que só eles sabem. Conhecem a maioria dos tripulantes pelo nome e parecem saber a numeração de toda malha de voos da empresa.
A atuação deles é fundamental para o dia-a-dia da “aviação”. Sem eles os tripulantes ficariam sem rumo, sem uma série de informações necessárias: se o avião de determinado prefixo já pousou, qual a posição no pátio do voo para tal localidade, se fulano já se apresentou para o voo, se sicrano que estava de reserva já foi acionado e uma série de outras perguntas. A turma do D.O. é também uma “ponte” de comunicação entre a escala de voos e os tripulantes, e por isso, estão sempre em contato telefônico. Se a escala precisa acionar ou alterar a programação de um tripulante que esteja no D.O., lá vai o funcionário do D.O. anunciar o nome do “infeliz” pelo sistema de alto falantes. O pior é que quem quer que seja convocado, comandante, copiloto ou comissário (a), o anuncio vem sempre precedido da silaba CO! Ao anunciar - Atenção co....fulano de tal, favor comparecer ao D.O...., todos tremem, até descobrir que não foi seu nome a ser anunciado. Ok, o chamado pode até ser para algo bom, uma liberação ou apenas uma informação útil, mas de qualquer forma todos tremem, pois de um modo geral, o chamado é para mais trabalho ou alterações para pior na programação do dia.
A rotina deles não é fácil, às vezes parecem que vão surtar, tamanha a quantidade de solicitações! Alguns destes funcionários estão há mais de 25 anos atrás do balcão do D.O., possuem uma tremenda experiência e capacidade. Não e fácil administrar a confusão que se instala nos dias de muito movimento ou ainda quando há “caos aéreo”, causado por mau tempo, aviões que não chegam, mudanças de programações, tripulantes que não comparecem e uma série de outros imprevistos inerentes à rotina da aviação.
O D.O. de uma grande empresa aérea é um local interessante de se observar. Muito entra e sai de tripulantes, numa aparente confusão que diariamente, e habilmente, é gerenciada por estes "anjos da guarda”.
Há certos períodos do dia em que o maior número de voos saindo faz com que o movimento em um D.O. seja surpreendente. Um exemplo disso era o antigo D.O. da Varig no Galeão/RJ, que no final da década de 80 e inicio dos anos 90 ainda concentrava boa parte dos voos internacionais. Todos os dias, a partir das oito horas da noite até a decolagem do último voo, o movimento era intenso. As tripulações dos voos para Frankfurt, Paris, Los Angeles e demais destinos se reuniam no D.O. Era um ambiente alegre, com muitos encontros e abraços entre os colegas.
O D.O. do Galeão contava com um diferencial em relação a Guarulhos, Congonhas ou Santos Dumont. É que lá tinha também uma melhor estrutura voltada para o conforto dos tripulantes. Havia sempre os jornais do dia, revistas da semana, café, chá, biscoitinho, um vídeo cassete (de quatro cabeças!) com seleção de filmes, e até manicures para as comissárias. Na época, era a ACVAR, a Associação dos Comissários da Varig, que organizava e bancava estas pequenas mordomias. Durante um período chegou até a disponibilizar uma mesa de snooker em uma sala próxima ao D.O. Outro diferencial do Galeão atendia pelo nome de Inalva. Ela era funcionaria da Varig e sua função era justamente de zelar pelo D.O. Ela sabia de tudo e de todos, e por isso era uma verdadeira fonte de informações. Com o tempo o Galeão perdeu parte de sua efervescência para o aeroporto de Guarulhos, que passou a concentrar a maior parte do movimento.
Antigamente, na era pré computadores pessoais, internet e facebook, havia em cada D.O. uma área de documentação, onde cada tripulante tinha uma pasta para receber documentos, boletins e informativos impressos da empresa. Também podíamos usar estas pastas para deixar algo para outro colega. Ao nos apresentarmos no D.O. para um voo, um dos nossos deveres era verificar a pasta junto ao setor de documentação. Atualmente, com a informatização, não há mais este setor, tudo é enviado e recebido pela internet, e para isso, os D.O.s possuem vários terminais de computados para o uso dos tripulantes. A internet também deixou para trás o “escaninho”, que era um móvel com varias prateleirinhas, três ou quatro para cada letra do alfabeto, onde os tripulantes podiam deixar recados uns para os outros.
Mesmo com a internet e toda a automação dos tempos modernos, os D.O.s não funcionam sem o ser humano. Estes funcionários emitem passes, que são os cartões de embarque para os tripulantes que viajam como passageiros, fornecem “vouchers” de alimentação e transporte quando necessário e anotam nossos números de celulares para quando precisamos nos ausentar por um tempo (refeição, banheiro, cafezinho...) durante o período de reserva, anotam recados, guardam objetos encontrados, e uma serie de outras atribuições que só eles sabem. Conhecem a maioria dos tripulantes pelo nome e parecem saber a numeração de toda malha de voos da empresa.
A atuação deles é fundamental para o dia-a-dia da “aviação”. Sem eles os tripulantes ficariam sem rumo, sem uma série de informações necessárias: se o avião de determinado prefixo já pousou, qual a posição no pátio do voo para tal localidade, se fulano já se apresentou para o voo, se sicrano que estava de reserva já foi acionado e uma série de outras perguntas. A turma do D.O. é também uma “ponte” de comunicação entre a escala de voos e os tripulantes, e por isso, estão sempre em contato telefônico. Se a escala precisa acionar ou alterar a programação de um tripulante que esteja no D.O., lá vai o funcionário do D.O. anunciar o nome do “infeliz” pelo sistema de alto falantes. O pior é que quem quer que seja convocado, comandante, copiloto ou comissário (a), o anuncio vem sempre precedido da silaba CO! Ao anunciar - Atenção co....fulano de tal, favor comparecer ao D.O...., todos tremem, até descobrir que não foi seu nome a ser anunciado. Ok, o chamado pode até ser para algo bom, uma liberação ou apenas uma informação útil, mas de qualquer forma todos tremem, pois de um modo geral, o chamado é para mais trabalho ou alterações para pior na programação do dia.
A rotina deles não é fácil, às vezes parecem que vão surtar, tamanha a quantidade de solicitações! Alguns destes funcionários estão há mais de 25 anos atrás do balcão do D.O., possuem uma tremenda experiência e capacidade. Não e fácil administrar a confusão que se instala nos dias de muito movimento ou ainda quando há “caos aéreo”, causado por mau tempo, aviões que não chegam, mudanças de programações, tripulantes que não comparecem e uma série de outros imprevistos inerentes à rotina da aviação.
O D.O. de uma grande empresa aérea é um local interessante de se observar. Muito entra e sai de tripulantes, numa aparente confusão que diariamente, e habilmente, é gerenciada por estes "anjos da guarda”.
Entrei no blog pensando nisso, levei um susto quando o assunto se relacionava com minha duvida.
ResponderExcluirO que sao vouchers de alimentação?
Abraço
Belo post.
ResponderExcluirParabens cmte.
Como sempre, excelente Cmte,
ResponderExcluirAbraco
Leandro Pinheiro
Muito legal Cmte!
ResponderExcluirUma pergunta: geralmente, em que parte do aeroporto ficam esses espaços?
Abraço
Caro Anônimo, vouchers são vales. Vale alimentação e vale transporte. Se a empresa precisa que o tripulante se desloque com urgência de um aeroporto para o outro, ela fornece um voucher para ser entregue ao taxistas. Com este voucher o taxista vai receber pela corrida. Pode ser um voucher de hospedagem para o tripulante entrgar na recepçãp do hotel.
ResponderExcluirCaro Luca Simioni, os D.O.s costumam ficar nas áreas reservadas aos escritórios das empresas aéreas. Geralmente no primeiro andar, atrás dos balcões de check-in ou mesmo no subsolo dos terminais. São áreas reservadas aos funcionários.
Abçs, Roberto.
Gde Carvalho, excelente postagem, esta área sempre me despertou muita curiosidade. Abraços do pessoal de Foz
ResponderExcluirEsse vídeo mostra bem como funciona o D.O. e o um pouco dia-a-dia dos tripulantes da TAM:
ResponderExcluirPrograma TAM nas Nuvens:
http://www.youtube.com/watch?v=CRGfAMRb4CY
Comandante, uma dúvida: As aeronaves comerciais possuem uma temperatura de cabine de passageiros padronizada, ou cada tripulação configura o ar-condicionado do jeito que preferir? O volume de ar insuflado pode ser configurado também, tipo: mais ar menos frio (pra deixar a cabine mais ventilada, no entanto, sem fazer frio), ou menos ar mais frio? Se há um padrão qual a temperatura padrão?
Obrigado e parabéns pela postagem.
Caro Comandante,
ResponderExcluirMais um belíssimo post, parabéns.
Um abraço,
Alexandre
Obrigado pela resposta Cmte!
ResponderExcluirMuito legal saber isso, bons voos!
Abraço
"Um video de 4 cabeças" que luxo!!,bons tempos,eu como tecnico em eletronica ouvi muito isto:´É 2 ou 4 cabeças?
ResponderExcluirE o escâninho?Desse eu até já havia me esquecido,Eu não sabia o que era o D.O,mais o post me fez ver: "o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos..."
Valeu Comandante,pelo ensinamento sobre este setor burocratico e necessario na aviação e pela viagem no tunel do tempo!!!!!!!!
Beto,
ResponderExcluirVocê poderia me informar o seu e-mail? Gostaria de tirar uma dúvida a respeito da carreira de piloto comercial com você.
Resumidamente é o seguinte: tenho 26 anos e sou formado em Direito, mas sempre tive o sonho de ser piloto de avião. Por algum motivo, não fiz o curso de aviação comercial logo que sai da faculdade, mas gostaria de fazê-lo a partir de agora. Li um post seu onde você fala da idade dos copilotos atualmente e, considerando que me "formaria" com 29 anos, você acha essa uma idade muito avançada para começar uma carreira (copiloto)?
Obrigado pela sua ajuda e pelo seu blog.
Retificando: Por algum motivo, não fiz o curso de aviação comercial logo que sai do colégio.
ResponderExcluirMariel Fonseca, A temperatura de saída do ar condicionado é determinada pelos pilotos, e o ideal é em torno de 21 ou 22 graus. O Boeing 737, mesmo sendo o NG, possui umm sistema pouco automatizado no que diz respeito ao ajuste de temperatura. Os aviões mais modernos, o ajuste é mais simples, basta setar a temperatura desejada. Mesmo assim, durante os voos pequenos ajustes podem ser necessários. O "coração" de um sistema de ar-condicionado de aviões é chamado de PACK. As packs retiram ar quente do motor (um ar puro, que não esteja "contaminado" por gases resultantes da combustão com querosene, que através de resfriadores e trocadores de calor vão para uma câmara de distribu~ção do ar para a cabine de passageiros. Para regular a temperatura ideal, pode-se controlar a temperatura do ar na saída das Packs, e ainda há como adicionar ar quente nas câmaras de distribuição. É mais ou menos isso. Se quiser saber mais, pesquise por PACK.
ResponderExcluirCaro Anônimo, vc não me disse seu nome nem seu e-mail! De qualquer forma segue o meu e-mail vie.carva@ig.com.br Com 26 anos ainda há tempo! Ainda mais com as projeções para o futuro da aviação. A Gol tem contratado copilotos com 36, e até mais idade. Se é o seu desejo, acho que vale a pena. Do meu primeiro voo em aeroclube até conseguir um emprego na Varig, foram 3 anos e meio.
Abç a todos e obrigado pelo prestígio ao lerem o blog. Roberto.
Beto, é permitido pelas companhias, efetuar uma curva acentuada logo após a decolagem, sem atingir sequer 200 pés e ainda recolhendo o trem de pouso? Tipo essa que esse A320 da vermelha fez:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=f140OYkWmOo&feature=related
Parabéns pelo seu blog, muito bom, passei a tarde de hoje lendo as postagens.
O quão fantástica a aviação pode ser, não é? Sou funcionário do D.O. GOL de Guarulhos desde 2006, e sei muito bem que vamos da calmaria até o stress tremendo em questão de segundos...
ResponderExcluirEngraçado como adquirimos a capacidade de conhecer tanta gente pelo nome e acabar até por saber parte da vida de muitos tripulantes que por alí sempre passam.
O comandante que sempre pega o último vôo pro GIG, a comissária que sempre pega três vouchers do airport service sempre que passa pelo D.O., o comissário que sempre chega "em cima do laço", ou aquele outro comandante instrutor e checador que sempre vai direto prá aeronave. Parece impossível, não é? Pois eu digo que não.
Prá mim, trabalhar no D.O. é sempre um prazer.
♥
Digs, esse comandante, instrutor e checador que vai direto pra aeronave, seria o Dantas (Carlos Dantas)?
ResponderExcluirCaro Cmte eu li todo o seu blog!!! Parabens show de bola!
ResponderExcluirOi Cmte, voltei a ativa(a faculdade consome muito tempo da gente hahahah)
ResponderExcluirA pergunta é, existe um Recursos Humanos da GOL em curitiba? A Gol aceita estagiários?
Caro Luciano, não sei como funciona está área de RH em Curitiba, mas algo deve haver. Dê uma investigada. Abç, Roberto.
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