terça-feira, 22 de setembro de 2009

Visitas na cabine. Parte II

No período em que voei na Ponte Aérea, a partir de 1998, as visitas aumentaram. Nas noites de sábado, no último voo que vinha do RJ para SP, era comum embarcarem os apresentadores do Jornal Nacional, quando eles provavelmente saiam do Jardim Botânico às 9 e pouco para pegar a Ponte Aérea das 10 da noite e voltar para suas casas. Quando a “aviação” estava tranquila eu ficava na porta da cabine recepcionando os passageiros, então, quando o apresentador Carlos Nascimento embarcava, eu perguntava se havia alguma notícia bombástica. Ele dizia que não, sábado é dia de notícias leves e agradáveis. Sandra Annemberg havia sido minha colega de colégio, porém como ela é mais jovem que eu, e talvez por não estar certa do meu nome, quando eu a cumprimentava ela me saudava me chamando de "caro colega".


Outro jornalista que apresentava o Jornal Nacional aos sábados, que não é o William Bonner mas que também é casado com uma apresentadora de telejornais, aceitou o convite para viajar na cabine. Era uma noite de tempo bom na rota, e ainda em solo ele se acomodou com bastante desenvoltura no assento extra que há na cabine de comando. Ao oferecermos a ele um lanchinho, não só aceitou como pediu para acompanhar um whisky, duplo! Naquela época havia bebida alcóolica para os passageiros, e as doses eram generosas. Uma cara bastante agradável e bom de conversa, sempre que eu vejo ele apresentando notícias na televisão eu me lembro daquele voo.

Um certo corredor de Formula 1, que recém tinha assinado contrato com uma grande escuderia, vinha caminhando pelo pátio (não havia as "pontes de embarque") para embarcar em Congonhas. Abri a janela da cabine, e com uma saudação convidei-o para vir na cabine. Ele aceitou, trazendo com ele um amigo que faz parte da sua equipe. Lá pelas tantas eu perguntei a ele como ele iria lidar com o "Alemão". -Vamos dar um "pau" nele! foi sua resposta. Marisa Orth, que também foi minha colega de colégio, nunca veio na cabine pois morria de medo de avião.

Gisele Itié, quando ainda era uma estreante na Globo, também viajou do Rio para São Paulo na cabine. Rita Lee não aceitou o convite, mas mandou seu representante e marido (também meu xará). Ganhei dele uma palheta com o nome gravado: Roberto de Carvalho. Em outra ocasião, ao pousar em Congonhas, já finalizando o desembarque puxei prosa com a Fernanda Torres e a Débora Bloch que na época estavam com uma peça no teatro Cultura Artística. Ganhei um par de convites e fiz um programa cultural com minha mulher.

Marisa Monte, numa quinta feira indo para SP pois tinha apresentação no fim de semana, também viajou na cabine. Perguntei a ela como fazer para comprar ingresso, pois quando tentava comprar, ou os ingressos estavam esgotados ou ainda não estavam vendendo para a próxima semana. Ganhei um par de ingressos e fui com minha mulher. Na quinta feira seguinte ela embarcou novamente, e desta vez sua irmã/assistente é quem veio na cabine. O copiloto e eu ganhamos um par de ingressos cada um, e desta vez com o convite para dar um pulo no camarim após o show. Levei minha irmã caçula e foi muito bacana, nosso assento era na terceira fileira, bem próximo ao palco. Após o show fomos ao camarim onde parabenizamos a Marisa Monte pelo espetáculo e tiramos fotos com ela. Na quinta feira seguinte, acreditem, novamente ela embarcou no meu voo com destino a SP! Desta vez só a cumprimentei, pois a esta altura ela deve ter pensado que eu era um fã louco, obcecado, e quem sabe, perigoso.

Mais uma estória de VIP,e desta vez internacional: Estávamos aguardando o tempo passar para fazer a última Ponte RJ/SP, quando ouvimos pelo rádio do avião que um helicóptero que havia decolado do Galeão, estava solicitando à torre de controle, autorização para sobrevoar o Cristo e a lagoa Rodrigo de Freitas antes de seguir para pouso no Santos Dumont. Minutos depois, o funcionário de terra responsável pelo embarque veio me perguntar se podia antecipar o embarque de uma passageira que havia chegado de helicóptero e estava aguardando dentro de uma condução junto à escada do avião. -Sem problemas, mas quem é a passageira? Ele leu num pedaço de papel: Queiti Moz, respondeu o despachante. Kate Moss! Wellcome on board!

Ela é uma modelo inglesa famosíssima. Viajou na cabine ela e a sua agente, enquanto sua mãe ficou junto com os demais passageiros. Bonita a moça, e sabe falar inglês direitinho.





4 comentários:

  1. Ponte aérea é o máximo, adorava tomar Campari quando viajava no final da tarde. Uma vez, com a Malu, ex-Varig, ficamos um tempo enorme voando em circulos sobre Santos, esperando sei lá o que para pousarmos. Deu tempo de tomar vários wiskies, era muito bom.

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  2. Espero que v. não tenha recebido políticos. Nenhum merece convite para cabine!

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  3. A última que recebi, já faz uns anos. Foi do Heráclito Fortes, no MD-11 vindo da Europa. Ele jurou que estava atento aos problemas e dificuldades da Varig, e que estava fazendo de tudo para salvar a empresa e os funcionários, que tudo daria certo no final. Deu no que deu! Dá paera acreditar em políticos?

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    1. Heráclito Fortes, na delação da Odebrecht, tem o codinome Boca Mole...

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