Aeroportos podem ser grandes e modernos como o de Paris, ou pequenos e modestos, como o de Uberlândia. Entre os internacionais, um dos meus preferidos é o Schiphol em Amsterdam, que fica a menos onze pés (3,3 metros) de elevação, ou seja, abaixo do nível do mar! Antigamente era mais fácil passear e conhecer os aeroportos, porém, hoje em dia, mesmo sendo tripulante, há muitas restrições quanto à circulação de pessoas, além disso, o tempo que ficamos parados entre uma etapa e outra é cada vez menor, o que dificulta aquela passeada pelo saguão.
Foi voando nas rotas nacionais, principalmente na época do 737-200, que mais pude curtir a simplicidade de alguns aeroportos que faziam as viagens valerem a pena só pelo fato de lá pousar.
Naquela época, frequentemente fazíamos escala em Petrolina/PE. Lá o tempo é sempre bom, vento soprando forte, alinhado com a pista e a temperatura em torno dos 30 graus. Uma paisagem linda com muitas terras cultivadas e o visual do Rio São Francisco. Durante a escala, enquanto passageiros desciam e subiam e a aeronave era reabastecida, metade da tripulação (um piloto e dois comissários) aproveitava para dar uma volta pelo saguão do aeroporto para comprar alguns produtos locais. Frutas maravilhosas, vinhos da região do Vale do São Francisco e uns aspargos deliciosos. Até o dia que encontrei em um supermercado perto de casa os mesmos aspargos, só que com um preço ainda melhor!
Outro aeroporto interessantíssimo é o de Trombetas. Este pequeno aeroporto, localizado a 200 quilômetros de Santarém, atende principalmente ao Porto Trombetas, localizado às margens do rio Trombetas, em Oriximiná/PA, o segundo maior município do estado. Inteiramente construído em madeira, amplo e arejado, lembrava uma grande churrascaria de cidade de interior. Era gostoso observar a arquitetura do local e conversar com o operador da estação de rádio-comunicação, que sempre nos falava da A.F.A. Era a Associação de Fofoqueiros da Aviação local, que tinha até estatuto e folhetos impressos com as regras do pessoal. Uma delas era pedir aos pilotos que por lá passassem, que caprichassem nos pousos e decolagens, se esforçando para proporcionar sempre o melhor visual para aqueles que estavam em terra observando o vem e vai dos aviões. Assim, nas decolagens, assim que saíamos do chão, voávamos em um breve rasante sobre a pista para em seguida subir em curva acentuada sobre o aeroporto. O operador da rádio, em nome da AFA, agradecia.
Finalmente vale a pena comentar sobre o aeroporto de Campina Grande/PB, onde éramos extremamente bem recebidos pelo mecânico Francisco “Canindé”. Durante o mês de junho, as escalas em Campina Grande tinham um charme todo especial. As festas juninas se estendiam até o pátio das aeronaves, e durante todo o tempo de "trânsito" do voo, uma quadrilha junina se apresentava junto ao avião. Os passageiros ao descerem a escada do avião, já passavam pelo "túnel" formado pelos integrantes da quadrilha. No momento do embarque era a mesma coisa. A cada dia um novo grupo se apresentava durante aqueles 25 minutos em que ficávamos por lá. Era muito bacana de ver!
É uma pena que hoje em dia a aviação seja muito corrida, pois o contato que tínhamos com o pessoal dos aeroportos era muito gostoso, e isto fazia com que cada escala tivesse um sabor especial.
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Há 9 horas
Hoje em dia o senhor fica em média quanto tempo em solo? E ainda dá pra manter um contato com o pessoal de terra neste curto tempo?
ResponderExcluirAbração e parabéns pelo blog!
O tempo costuma ser de 25 minutos em média, portanto, pode ser menos ou mais. Sendo 5 a 10 minutos para desembarcar, e mais 5 a 15 minutos para o embarque, sobra pouco tempo. Até dá para ter contato, mas aquela passeada pelo aeroporto é cada vez mais rara. Abç, Roberto.
ResponderExcluirMuito legal seu post comandante. Tenho um DVD da Total Linhas Aéreas que mostra vôos de ATR-72 exatamente nas cidades que o sr. citou: Uberaba, Uberlância, Porto Trombetas, Tucuruí, Paraintins, Altamira, Carajás e outras. São aeroportos pequenos, pouco estruturados, com aspecto de rodoviária, mas muito interessantes de se ver. E com um aviao regional turbo-hélice, se torna ainda mais interessante.
ResponderExcluirPor falar em DVD comandante o sr. já estava na Gol a época da gravação do DVD da Just Planes sobre a Gol? Já assistiu a esse belísssimo DVD?
ResponderExcluirCmte. Roberto, vejo constantemente notícias sobre balões nos céus, voando perto dos aeroportos. Já teve alguma experiência com balões ?
ResponderExcluirAbraços e desculpe se sesse assunto já tenha sido tratado aqui no Blog.
Bernardo - BHZ
O DVD Just Planes Gol realmente é um espetáculo. Tem um pouso do comandante Telmo em Curitiba girando a base praticamente em cima da pista e ainda por cima manteiguinha, o cara domina mesmo a máquina.
ResponderExcluirE tem outro dele em Navegantes com chuva sensacional. Voa muito o Telmo.
Não assisti estes DVDs a que vcs se referem. Conheci o Cmt Telmo, voamos juntos no 767 em voo para Roma com escala em Paris. Quanto aos balões, já vi muitos, e felizmente nunca trombei com um deles. Escrevi sobre eles em setembro do ano passado (http://betocarva.blogspot.com/2009/09/ha-algo-mais-nos-ceus-alem-dos-avioes.html) Abçs, Roberto..
ResponderExcluirO DVD é este aqui cmte.:http://www.worldairroutes.com/GOL.html
ResponderExcluirVale a pena comprar.
Uma vez ouvi um comandante dizer que gostava mais de aeroporto que não tem finger. Por que segundo ele no aeroporto sem finger, você vê melhor as pessoas, o pessoal de terra, é um aeroporto mais aconchegante, não é aquela coisa chata de entrar direto no avião.
ResponderExcluirE sinceramente não estando chovendo eu também prefiro aeroporto sem finger.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro Matheus, acho ótima a sua idéia de uma parceria, o problema é que eu não sou bom nos assuntos de computador. Com muito esforço eu consegui colocar um contador no meu, e já tentei acrescentar outros "periféricos" sem sucesso. De qualquer forma vou acompanhar o seu blog. Um abraço, Roberto.
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