Aconteceu em 1993, num vôo de Manaus para São Paulo. Decolagem às 10 horas da manhã com escalas em Porto Velho, Rio Branco, Cuiabá, Campo Grande e finalmente chegada em São Paulo-Guarulhos, por volta de 8 horas da noite. Na chegada em Cuiabá, ao iniciar o descarregamento do porão de carga dianteiro, o pessoal de terra percebeu que havia um cão solto lá dentro. Mantiveram o porão fechado e me avisaram. Como já tinha tido um experiência recente em Marabá, onde um Rothweiller estava na mesma situação, tentamos localizar o dono do cão a bordo, ao mesmo tempo em que acionamos os bombeiros, que possuem aquelas varas com um laço na ponta. O dono não estava a bordo. “Just in case”, desci do avião munido de um par de luvas de amianto, que naquela época estava liberado. Abrimos uma frestinha e pelas patas e focinho vimos que era um Boxer, que embora seja cão de companhia, deveria estar estressado. Com facilidade ele foi laçado, e colocado de volta na coleira. O cachorro era manso, devia ter no máximo 2 anos, e brincalhão, foi recuando, recuando, até que se soltou da coleira. Viva a
liberdade canina! Saiu correndo pelo pátio, circulou por uma área da Shell, correu em direção à pista de pouso. A essas alturas, o tempo ao redor começava a se fechar, nuvens de chuva se aproximando, e o pessoal de terra já pedindo a liberação para embarcar os passageiros locais. Ok, o embarque está liberado! Nisso, o cachorro voltou a se aproximar, passou e causou certa apreensão entre os passageiros, que em fila aguardavam para subir a escada do avião. Foi neste momento que me lembrei que o co-piloto era vegetariano, e não tinha comido sua refeição, um filé à parmegiana, que aliás, estava bom para cachorro. Então lá de baixo gritei para o co-piloto: - Marçal, já que você não vai comer, joga para cá aquele filé à parmegiana. Aí ficou fácil, foi só chamar a atenção do cachorro, mostrando o pedaço de carne. Desta vez não deixamos por menos e rapidamente o colocamos na casinha, fechamos, travamos, amarramos e lacramos ,eliminando todas as possibilidades de fuga. Todos a bordo, portas fechadas, e conseguimos decolar no horário previsto, e antes da chuva. Chegando em São Paulo, lá estava ele na esteira de bagagens. Parecia feliz, deve ter se divertido naquela escala em Cuiabá, e ainda foi presenteado com uma refeição especial. Há outras estórias com animais, mas vamos deixar para outra ocasião. PS. A foto é do aeroporto de São Paulo-Guarulhos, tirada a 12.000 pés.
Que fofo, qq dia leva a Janis para um passeio por esse brasilzão.
ResponderExcluirBeto querido, estou adorando seus "causos". Conte outros que, tenho certeza, muita gente vai se interessar.
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